O Comandante-Geral da Polícia da República de Moçambique, Bernardino Rafael, garantiu ontem na cidade de Nampula, que todos aqueles que forem capturados em acções de desestabilização na vizinha província de Cabo Delgado serão, publicamente, apresentados para que os moçambicanos os conheçam e possam identificá-los em caso de necessidade.
“Apresentamos, recentemente, aqui mesmo em Nampula, três malfeitores ugandeses, um deles Abdul Rahimin Faizal é o segundo líder dos que actuam em Cabo Delgado e estamos à procura para neutralizar Abdul Aziz, o seu adjunto. Há dias apresentamos outros, que continuam a matar naqueles distritos. São eles Ussene Juma, Amani Idrisse, Domingos e Xavier”, disse Bernardino Rafael.
Segundo o Comandante-Geral da Polícia, estes últimos são elementos perigosos, que se encarregavam de recepção e logística de jovens aliciados em Memba e outros distritos do litoral da província de Nampula.
“Estes são perigosíssimos, a missão deles era receber os recrutados nos distritos de Memba e noutros costeiros de Nampula e potenciar os ataques às comunidades em Cabo Delgado. Eles compram facas, catanas, machados, que os criminosos usam para esquartejar moçambicanos inocentes. Eles davam instruções de como usar os instrumentos. São esses que não devem ser apresentados publicamente?”, afirmou.
Bernardino Rafael referiu-se ainda a um tal Ibn Omar, o operacional. “Colaboram com um tal Ibn Omar, por nós já referenciado, que é operacional, que dirige no terreno. Fala, transfere dinheiro para comprar esses instrumentos e também tinha ligações com o sul-africano falecido.
Encomendava farinha da África do Sul, metia munições e explosivos caseiros e passavam aqui em Nampula. Encontramos isso num carro de uma transportadora”, explicou.
Entretanto, o Comandante-Geral disse desconhecer as motivações dos ugandeses apresentados em Nampula.
“Imagine-se ugandeses virem assassinar em Moçambique. O seu interesse é perturbar a ordem, abrir brechas para que a nossa economia retarde. Fala-se em alguns círculos internacionais, mas nós não temos qualquer informação de que precisam destes capturados. Isso caberá à justiça. Os actos processuais estão em curso. Nós, a Polícia já fizemos a nossa parte”, disse.
Bernardino Rafael falava em plena parada na presença de directores dos departamentos, comandantes distritais e de esquadras, acto que serviu para a troca de pastas entre Manuel Zandamela, comandante provincial da corporação cessante e Joaquim Sive, o novo comandante, ambos com patente de Adjunto de Comissário da Polícia.