A polícia alemã disse este sábado que está a trabalhar com a hipótese de “loucura” para explicar o tiroteio de sexta-feira em Munique, não ligando o caso ao Estado Islâmico.
“Nós encontramos elementos de que ele se preocupava com questões ligadas à “loucura” dos autores de assassínios, nomeadamente em livros e artigos de jornal”, disse o chefe da polícia de Munique, Hubertus Andra, acrescentando que não foi descoberta nenhuma ligação com o grupo Estado Islâmico.
Segundo a polícia alemã, citada pela BBC, o homicida de Munique não tinha qualquer ligação ao Estado Islâmico, mas tinha fascínio por homicídios em massa. Foram encontrados recortes de jornais com notícias deste género de ataques, incluindo um livro com o título: “Por que razão os estudantes matam?”.
O ministro do Interior alemão, Thomas de Maizière, confirmou que não há qualquer indicação que ligue o atacante de Munique ao extremismo religioso. Maizière confirma que a família de Ali David Sonboly é de origem xiita, mas que se poderá ter convertido ao cristianismo. Ainda assim, o jovem de 18 anos não era religioso.
Segundo as autoridades, há uma “óbvia ligação” entre o ataque desta sexta-feira com o de julho de 2011, na Noruega, onde Anders Breivik matou 77 pessoas.
A polícia reiterou que se tratava de um jovem alemão-iraniano de 18 anos, que cresceu em Munique. Será Ali David Sonboly, revela o jornal alemão “Bild”. Segundo a imprensa local, Sonboly seria alvo de bullying na escola e já teria ameaçado que um dia poderia levar a cabo um ataque deste tipo.
“EU SOU ALEMÃO”, DISSE ATIRADOR DE MUNIQUE
As autoridades policiais estão a investigar uma conta de Facebook através da qual o atacante, que matou nove pessoas num centro comercial de Munique e cometeu suicídio na sexta-feira, poderia ter convidado alguns conhecidos para se encontrarem na casa de hambúrgueres onde começou o ataque.
O jovem, segundo as primeiras investigações, já teria passado por algum tipo de “transtorno depressivo”, sublinhando que as informações de que o jovem já teria recebido tratamento psiquiátrico estão a ser tratadas com muita cautela e investigadas.