O governador do Banco de Moçambique disse esta quinta-feira estar “orgulhoso” da venda do Moza Banco ao fundo de pensões do banco central, apesar de a decisão ter sido considerada ilegal pela Comissão Central de Ética Pública (CCEP).
“Para mim, pessoalmente, foi um motivo de muito orgulho termos completado com sucesso esta operação complicada e difícil, que nos teria posto numa situação que não quero imaginar”, afirmou Rogério Zandamela, em conferência de imprensa, no final da reunião do Comité de Política Monetária (CPMO) do Banco de Moçambique.
A cedência do Moza Banco ao Kuhanha, fundo de pensões do Banco de Moçambique, evitou um risco sistémico para as instituições financeiras que operam no país, prosseguiu Rogério Zandamela.
“Tirámos do sistema um risco sistémico que nos angustiava seriamente. Nada foi feito por erro, tudo o que foi feito foi intencional”, acrescentou.
Rogério Zandamela assinalou que a cedência do Moza Banco ao Kunhanha é irreversível e permitiu que aquela instituição voltasse à normalidade.
“Na minha vida, se há coisas [pelas quais] estarei pessoalmente orgulhoso de ter feito com sucesso é esta: para mim está fechado, é irreversível”, declarou Rogério Zandamela.
Em agosto, a CCEP considerou que o Banco de Moçambique violou a Lei de Probidade Pública (LPP) ao adjudicar o Moza Banco ao fundo de pensões do banco central.
Na sua deliberação, a CCEP acusa diretamente Rogério Zandamela e a antiga responsável pela área da supervisão do banco central, Joana Matsombe, de terem infringido a LPP no processo que culminou com a entrega do Moza Banco ao Kuhanha.
O organismo refere que a deliberação será submetida à Procuradoria-Geral da República para proceder às diligências que julgar legalmente convenientes.
O Banco de Moçambique anunciou no final de maio a venda do Moza Banco ao Kuhanha depois de em setembro do ano passado ter intervencionado a instituição bancária, cuja “situação financeira e prudencial” se degradou de forma insustentável.
Fonte: Lusa