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Vista da cidade de Tete: em plano de fundo, a ponte sobre o rio Zambezez.

Desconhecidos ainda a monte raptaram na sexta-feira da semana passada mais um empresário, identificado pelo nome de Abdul Razak Abdula, na cidade de Tete, capital da província central com o mesmo nome, facto confirmado hoje pela Polícia da República de Moçambique (PRM).

Este é o segundo caso reportado nesta província, tendo o primeiro ocorrido em Janeiro do corrente ano. A vítima é um empresário chinês, proprietário da pedreira Arco Íris.

Falando em conferência de imprensa, a chefe do sector de imprensa da PRM em Tete, Lurdes Ferreira, explicou que o rapto de Abdul Razak Abula, mais conhecido por Razak, ocorreu cerca das 04h00 da manhã quando a vítima dirigia-se à mesquita.

Curiosamente, ambos os casos de rapto de empresários ocorreram no bairro de Chingodzi, onde a PRM detectou vestígios de sangue no interior da viatura na qual Razak fazia-se transportar para a mesquita.

A PRM foi informada por populares que havia uma viatura abandonada no bairro de Chingodzi, explicou Lurdes Ferreira, para de seguida acrescentar que os agentes da corporação, destacados para o local, viram que a viatura pertencia ao empresário raptado.

“Estamos atrás dos supostos raptores para a sua captura”, asseverou Lurdes Ferreira. Referiu que a Polícia também continua a busca dos raptores do proprietário da pedreira Arco Íris, Lee Yit.

Para resgate de Lee Yit, os raptores exigem à sua família a soma de cinco milhões de meticais (cerca de 100 mil dólares ao câmbio corrente).

O rapto de Razak veio exacerbar os ânimos na província de Tete, onde os empresários exigem que a PRM tome medidas mais severas para travar a onda de raptos.

A situação da criminalidade não só preocupa os empresários, como também os pais de crianças com albinismo que deixaram de ter sossego.

Desde Dezembro a esta parte, já foram reportados nesta província sete casos de rapto de crianças albinas com idade inferior a cinco anos de idade.

Questionada se a PRM já estaria na posse de pistas para a captura dos raptores, Lurdes Ferreira respondeu negativamente, afirmando apenas que prosseguem diligências para a captura dos criminosos.

“O rapto de pessoas com problemas de pigmentação da pele é crime transfronteiriço e organizado, razão pela qual ainda não conseguimos capturar os autores”, afirmou Lurdes Ferreira.

“Mas em todo o caso, estamos a trabalhar no sentido de esclarecer os casos”, garantiu. Os raptos de crianças albinas foram registados nos distritos de Moatize, Angónia, Dôa, Cahora Bassa e Marara.

Ainda em Angónia, um adulto albino escapou recentemente a um rapto depois de ter sido encarcerado no interior de uma banca, onde pretendia comprar alguns produtos de primeira necessidade.

Usou o seu telemóvel para pedir socorro a sua família, que tratou de alertar imediatamente a PRM.

Fonte: AIM